segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Exposição em S. Pedro da Cova

A nossa última exposição decorreu no 2º fim-de-semana de Dezembro/2009.
O local não podia ser mais propício: em frente à Igreja Matriz de São Pedo da Cova, uma edificação do Séc. passado, muito alegre e sobretudo muito espaçosa.
Promoveu o evento o Grupo de Escuteiros da Paróquia, jovens e adultos muito solicitos e sempre Alerta!
O vento e o frio marcaram presença. Ainda assim houve muita gente que se deslocou até ao recinto para ver as novidades e comprar o que precisavam, tendo em conta que aquele material não se vende em lojas, supermercados nem grandes superfícies. Depende do artesão da sua sensibilidade e sobretudo do material que utiliza.
O exemplo abaixo que já foi vendido resulta da utilização de um livro velho, já ultrapassado na matéria e cuja finalidade seria a sua reutilização ou a reciclagem. Ainda há quem os ponha no lixo urbano!!
Este exemplar foi trabalhado com recurso à pintura, à porcelana fria (para as flores), cordão dourado e uma gravura de Nossa Senhora, que a minha comadre me ofereceu. Também ela tem trabalhos lindíssimos da sua autoria, numa Escola de Artes e Aradições, a ABC no Porto no CCD da Cãmara Municipal do Porto.
O resultado do evento não foi excelente mas no que tocou aos nossos produtos foram vendidos mais que aqueles que imaginamos, por isso foi muito positivo.
Aqui fica o nosso testemunho e também o nosso "obrigadas" ao Grupo de Escuteiros de São pedro da Cova.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mania de teares e afins




Depois de muita reflexão pós aposentação, decidi virar-me de corpo e alma para as habilidades manuais.

A escolha não foi fácil. Tinha várias saídas: bordar, tocar instrumentos: acordeão, piano, cavaquinho, castanholas, ferrinhos, tecer, pintar, trabalhar a porcelana, etc.etc.

Como todas as habilidades são interessantes e perigosamente excitantes, decidi-me por todas. Naturalmente não faço bem nenhuma delas. Mas o Homem é um ser imperfeito por natureza e a perfeição é um fétiche, logo, não há que ter preocupação de maior!

Mas há um objecto que me fascina! O tear manual. Aquele mesmo onde as nossas avós teciam as mantas paras as camas em farrapinhos de muitas cores, aproveitando todo o tipo de trapo, que naquela altura ainda não tinham marcas.

Comprei um em segunda mão, mas o negócio não foi lá muito bom. Apresenta muitas deficiências é todo cravado e confesso que nem para peça de museu aquilo dá. Mas, o negócio está feito e eu tinha que ter mais visão e perguntar mais sobre o assunto que não dominava e ainda não domino.

Agora tenho um, em cada casa. O mais recente é uma bela peça, do Século passado que estou a restaurar aos poucos. É em madeira de eucalipto e está quase novo. Tive que lhe substituir os liços e o pente corre o risco de ser substituído também, mas por agora vai ficar. Sinto um enorme prazer em andar de roda dele e estou mortinha por encetar uma peça de tecelagem.
Tecer faz-me lembrar a vida: feita de bocadinhos, uns mais coloridos, outros mais escuros. De vez em quando tenho que acertar os fios, apertar ou alergar conforme a obra. Ir cuidando do estilo e também da imagem...
Exactamente como na minha vida pessoal!

sábado, 24 de outubro de 2009

As exposições de Inverno


Se com os dias quentes e ensoleirados de Verão, os expositores suspiram por sombras (que não há), e com ar fresco que só vem pela noitinha (quando vem!), no Inverno suspira-se por um lugar com tecto e, no mínimo, com uma temperatura suportável.
Já estive numa exposição em que os meus pés pareciam cubos de gelo e nada me aquecia! Um dia inteiro, suspirando por um calorzinho de lareira, ou outro qualquer, e uma pantufas muito quentinhas!!!
Com a aproximação do Natal, os artesãos que já se recompuseram do tenebroso Verão (pela escassez de vendas e pelo calor intenso), preparam novas investidas, criando novas peças de arte, sempre com a filosofia de que criar é bom, mas agradar, ainda é melhor!
É o nosso caso. Mas a auto crítica é muito severa e caprichosa e quase sempre sobre o que se cria, não há consenso. Nunca está bem ou o esforço não é recompensado.
Porque será que certas pessoas nunca ficam satisfeitas com a sua criação??
Será assim com todos os artistas?
É que se é, é muito chato!

sábado, 10 de outubro de 2009

Artesão sofre...............!!!!!



Já se passaram alguns meses e a experiência é coisa que não se vê.
Pudera! Em cada feira há uma nova experiência...
Melhor, em cada feira passamos por várias experiências e cada uma diferente da outra, pelo menos em matéria de espaço e tempo.
Numa delas somos surpreendidas por um vento forte e frio, em pleno verão, que quase nos destruía o acervo. Noutra, um calor de quase 40 graus que por pouco não derretia tudo o que era de cera e descolava o que era colado, ou seja quase todo o material em exposição ficou danificado. Noutra, foi a chuva forte, em pancadas, sobre stand feito de palha de milho, que nos fez perder a paciência de tantas vezes mudarmos as mesas e os panos que as cobriam. Quanto ao material nem é bom falar: um partido, outros molhados, descolados e desbotados...Tudo aconteceu. O que nunca faltou foi a boa disposição, apesar de tudo.
Mesmo assim, artesão sofre!!!!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Feiras ou exposições?


Há muito que me debato com este binómio... Sou feirante ou expositora? A primeira não me agrada e penso que não corresponde ao que na realidade sou: artesã. A segunda muito menos porque não espelha a minha intenção, ou seja, trabalhar com arte um determinado produto, cujo objectivo é a venda. Naturalmente, neste acto de vender não estou preocupada nem com a concorrência, nem com os preços das peças similares (porque nunca poderão ser iguais às minhas).

Na última feira, o meu "crachat" dizia simplesmente ARTESÃO, palavra com a qual concordo plenamente. Mas, se noutros eventos destinados a expor o artesanato, a designação que mais se ouve é de "feira", poder-se-á concluir que mais de 50% dos produtos expostos não são artesanais?

É o que tenho constatado, infelizmente. Algumas organizações escolhem os "feirantes/expositores" addoc, e não há critério quanto à selecção do tipo de artesanato e se o mesmo se enquadra, ou não, no verdadeiro sentido da coisa.

Temos pena! Porque assim o artesanato (o verdadeiro), vai morrer a curto prazo, para se transformar as exposições de artesanato em verdadeiras feiras do tipo semanal e os verdadeiros artesãos em feirantes.


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Trapos e farrapos



Comprei um tear mais velho que eu. Apesar disso tece como nunca imaginei.

Veio então a ideia de aproveitar tudo o que é trapo e farrapo. De várias cores, vários tamanhos, reciclamos tudo o que é tecido e pode converter-se em algo de aproveitável, de útil.

A foto ao lado é uma amostra de tapete de 1,70m de comprido por 70 cmts de largo. É multicolor e fica bem em qualquer sítio.