domingo, 14 de agosto de 2011

Viana e o artesanato


A festa de Nossa Senhora da Agonia é a romaria mais pitoresca e procurada da zona Norte. Acorrem turistas, emigrantes, cidadãos de todas as raças e feitios, quer para vender, quer para comprar e, naturalmente, para adorar a Senhora da Agonia, única no seu esplendor.
Do princípio ao fim, todas as jornadas festivas são uma maravilha para todos os visitantes. Gente que enche as ruas, procurando o que de mais belo a cidade oferece.
Não perco nunca uma ida à cidade por esta altura ou não vivesse eu em Darque, de frente para o rio, a cidade e Santa Luzia.
Um dia destes, à noitinha, resolvemos dar uma volta. E por que não passar no jardim é pecado, aproveitamos para apreciar as tendinhas do artesanato. Muito interessante algum, muito visto e até revisto outro!
A organização continua a apostar nos bordados, nos corações e nas flores. Nada contra os bordados e as flores, não fosse o excesso de tendas com o mesmo. Na verdade, em todos os "stands" via-se uma mistura de tecidos bordados, tecidos de fantasia (lenços de Viana), para adornar, e nos mais de 60 stands, muito poucos se viram com uma temática artesanal pura. Nalguns parecia mais uma venda de Natal.
Por isso, entristece-me que, com tanta gente a concorrer para apresentar o seu produto, com tanta valia artesanal e tanta capacidade para inventar, se procure, sempre (sempre...), o que já farta de tanto ver: bordados e mais bordados, corações e mais corações, trapos e mais trapos, etc. etc. Quererá dizer isto que os "stands" são como os lugares cativos nas bancadas dos clubes desportivos? É que se for, Deus nos valha! Não há pachorra para tanta "promiscuidade" artesanal!
A ver se para o ano que vem, a organização seleciona o artesanato pelo que vale e não pelas "cunhas" !!!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Verão é sinônimo de artesanato

O Verão aproxima-se e com ele as lides das feiras de artesanato. Apesar de não haver grande stock, vamos concorrer àquelas que nos parecerem mais apelativas.
As feiras são também um motivo para conhecer Portugal no seu melhor: paisagem, gastronomia, gentes, usos e costumes, etc.
Sempre regressamos a casa com um saco cheio de recordações e de experiências. Estas nem sempre boas, mas no geral nem sempre más. Gostamos de conviver embora nem todos sirvam para convívio. O "mundinho" dos negócios é muito agressivo e, no caso, os artesãos nem sempre respeitam o seu parceiro de profissão: por desconfiança ou por inveja.
Embora se trate de situações esporádicas, a convivência tem de ser como na cozinha: qb.
Para quem está fora do ambiente familiar, sente-se a falta da companhia que se busca naqueles que nos parecem mais simpáticos ou mais experientes. Quase sempre se encontram pessoas prontas a ajudar, a dar conselhos, mas muito poucas a ensinar a sua arte, por receio de ser copiada, medo de perder o negócio, ou simplesmente porque não sabem nada sobre o que exibem como artesanato.
Pessoalmente, e a princípio, gostava de dizer aos artesãos que nos procuravam, como fazemos e que materiais utilizamos na nossa arte, mas aos poucos fui-me apercebendo que a simpatia e a admiração pelos nossos trabalhos não era sincera. Tinha como fundamento adquirir as técnicas para depois mostrarem que afinal esta ou aquela peça não tinham ciência nenhuma.
Mas encontramos também pessoas que não só apreciavam como nos ofereciam materiais. Gratificante é mesmo sentir que algumas pessoas, infelizmente muito poucas, apreciam e não se mostram ameaçadas pela troca de conhecimentos.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Registos e afins

O Senhor Santo Cristo dos Milagres! Açores.
É uma imagem de rara beleza. Corresponde ao nosso Senhor dos Amarrados, Nosso Senhor da Pedra e outros Cristos representativos da nossa religião cristã e também testemunhos da nossa fé.
Sempre que vou aos Açores, a visita ao Senhor Santo Cristo é uma exigência para mim. Em parte nenhuma me sinto tão próxima de Jesus Cristo. Tenho por ele verdadeira admiração.
Fui contemplada com uma graça especial e ninguém me tira da idéia que recebi um milagre através da oração a tão nobre figura de Cristo. Venero esta imagem e sinto-me em paz.
Quando fiz este Registo usei uma capa que me foi oferecida por alguém que estimo muito. Não resisti em compor um Senhor Santo Cristo o mais parecido possível com a imagem que se venera na Igreja do Convento da Esperança. Inicialmente não se destinava a ser vendida, por isso não era exposta. Mais tarde porque é pouco conhecida a imagem, pelo menos no Norte de Portugal, começamos a expô-la. Foi vendida há pouco tempo atrás. Parece-me que a pessoa que o comprou é tão amante do Senhor Santo Cristo quanto eu o sou.
Às vezes custa separar-me das minhas criações, mas por outro lado, tenho consciência que a par deste tipo de artesanato, há uma missão: a de mostrar às pessoas que "nem só de pão vive o homem".
Senhor Santo Cristo dos Milagres ilumina todas as famílias, especialmente as portuguesas, a seguir o caminho do perdão e da paz.
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